27/04/2015

            Entrevista com Leila Krüger 

Nasceu em Ijuí, Rio Grande do Sul. É romancista, poeta e contista. Tem poemas e contos em jornais, revistas e portais na Internet. Lançou Reencontro, sua primeira obra, um romance, em 2011 pela Editora Novo Século – SP. Após recebeu premiações nas categorias conto e poesia. Lançou o livro de poemas A Queda da Bastilha na Feira do Livro de Porto Alegre em 2012, pela Confraria do Vento – Rio. Em 2014 publicou o livro de crônicas Coração em Chamas, pela Multifoco – Rio, selo Redondezas Crônicas. Participou de várias antologias de poemas e contos entre os anos de 2011 e 2014. Página no Facebook (sempre atualizada): www.facebook.com/leilakrugeroficial Twitter: www.twitter.com/leilakruger Instagram: www.instagram.com/leilakruger Blog: www.leilakruger.blogspot.com.br



                                                                      Leila Krüger 

1-   Qual motivo levou você a escrever um livro?

  Não sei dizer. Eu nunca planejei ser escritora. Mas essa história de Reencontro, meu primeiro livro, eu botei na cabeça que ia escrever, o que foi um processo demorado e bem íntimo... Aí as coisas foram acontecendo. Foi libertador pra mim. Acho que “era pra ser”. Agora tenho bem mais motivos para escrever livros, como meus leitores e, claro, as experiências de vida que adquiri e continuo adquirindo.

2- Aconteceram coisas com você semelhantes ao livro Reencontro? Se sim, qual?

   Ah, algumas. Não vou conseguir listar quais hehehe. Acredito que muitas pessoas passem por coisas como as que aparecem no livro, em diferentes graus, de diferentes maneiras. Há questões que eu considero bem importantes no livro e são bem comuns por aí, mas às vezes passam despercebidas em nosso convívio: dependência química, dependência emocional, principalmente atrelada a um passado que destruiu o coração, depressão, a importância das amizades verdadeiras, da família, da fé na escuridão e, claro, do amor, que afinal não precisa ser explicado, mas apenas sentido.  

3-Você acha Ana Luiza parecida com algum conhecido seu ou até mesmo você?

       Em alguns aspectos parecida comigo, em outros com pessoas que conheci ou conheço. Tudo o que crio tem a ver comigo e com o que vejo, são matérias-primas que guardamos dentro de nós, como autores. Posso dizer que os gostos musicais e literários da Ana Luiza são compatíveis com os meus, além de outras formas de pensar em determinados momentos, e também formas de ser e ver do Rafa, da Nana, é uma mistura. Eu acho que posso dizer que eu sou um pouco de tudo o que escrevo, não exatamente na prática, no que é visível, mas na alma.

4-Você acha que muitas pessoas se identificaram com a personagem principal?

  Algumas pessoas me escreveram falando que se identificaram e eu achei muito legal. Até contaram suas histórias, em que aspectos eram parecidas com a do livro. Muitas pessoas se disseram irritadas com o comportamento imaturo e inconsequente da Ana, principalmente no começo do livro, mas a narrativa trata de uma questão já mencionada e muito importante: depressão, que não é frescura, mas uma doença emocional e física que pode ser provocada pela dependência química ou fazer emergir a própria dependência. Acho que hoje vivemos em uma época em que muita gente esconde o que realmente sente e se prende às aparências, até porque, para algumas pessoas, parece difícil encontrar quem as escute, além dos consultórios psicológicos e psiquiátricos, então é mais fácil fingir. Erguer barreiras em seu próprio ser. O livro trata bastante disso, de romper barreiras e libertar o “pássaro interior”. Esse pássaro é feito, também, de amor. De perdão, de autoperdão, de fé, de recomeço, de alegria renascida.

5-No momento em que você começou a escrever o Reencontro, você queria a Ana Luiza desse jeitinho?

  Eu tinha uma ideia da Ana, que tinha muitas coisas de mim – algumas no passado, outras no presente. Mas fui desenvolvendo a personagem conforme a narrativa foi progredindo, conforme as circunstâncias exigiam que ela mostrasse diferentes aspectos seus. Consegui incluir vários temas em um mesmo livro, coisa que foi feita premeditadamente, quis uma história que não fosse vazia, ou clichê, mas com personagens bem distintos e concomitantes. Acho que existem muitas Anas Luizas por aí, em diferentes aspectos. Quanta gente não perdeu a fé? A fé no amor, em seus sonhos, em si mesmo. Reencontro é um livro sobre recuperar a fé, acreditar, ser quem você é e ir atrás do que você quer, e não do que os outros querem que você queira.  

6-Foi difícil conseguir editoras dispostas a publicar seus livros?

  A primeira foi mais complicado de eu conseguir, para Reencontro, o Brasil não é exatamente um país acolhedor para autores nacionais iniciantes, embora esteja melhorando nisso. Mas, graças a Deus, estreei por uma boa editora, com boa distribuição e conhecida pelo público leitor. Depois não foi mais tão difícil. Mas ainda é incômodo o fato de os livros de autores nacionais geralmente serem tão caros, em comparação à maioria dos estrangeiros, e terem pouca distribuição, “levam pouca fé” da maioria das editoras. Ainda bem que o mercado editorial nacional tem se aberto aos autores nacionais, afinal somos o país de Clarice Lispector – que não nasceu aqui, mas era brasileira de coração e palavras –, Machado de Assis, Érico Veríssimo, Mario Quintana e outras genialidades das letras. 

7-Qual conselho você daria para quem está disposto a escrever um livro?

  Os mesmos conselhos de quem tem um grande sonho: tudo parte da coragem, depois vem o esforço, o trabalho, a persistência, a paciência, saber aceitar críticas e crescer com elas, ter bons contatos, estar disposto a ralar para conseguir seus objetivos. É bom começar divulgando na Internet e onde for possível. E quase sempre é necessário, de início, um investimento financeiro. Tem que ter fé.

8-Qual impressão você queria passar às pessoas em relação ao livro Reencontro?

  Queria passar uma mensagem de fé, de que improváveis e até coisas aparentemente impossíveis podem acontecer, e o amor bonito dos cinemas existe, por mais imperfeições que possa ter, e ele tem, e o amor não tem que acontecer necessariamente entre duas pessoas como a Ana e o Rafa, mas entre quaisquer pessoas que se amem, que façam uma à outra feliz, que se ajudem, que se vejam nos olhos uma da outra. Quis abordar também o que falei antes, que acho bem importante ainda mais atualmente, dependência química, depressão, questionamentos sobre a vida.

9-Já chegou a pensar em desistir em relação a publicar os livros?

  Desistir mesmo, não que eu lembre. Eu costumo ser persistente. Se você não tem persistência na vida, não consegue quase nada. Até porque as melhores coisas geralmente são as mais difíceis de se alcançar. Mas às vezes há momentos de desânimo, creio que todo mundo passe por eles. Aí vem a importância de ser forte. De se levantar, mesmo com a alma dolorida, e enfrentar o mundo e a você mesmo.

10-Já pensa em escrever mais um livro?

  Tô escrevendo um novo romance, meu segundo, mergulhando nesse desafio. Tenho um romance, Reencontro, um de poemas, A Queda da Bastilha, e um de crônicas, Coração em Chamas, este com histórias de amor controversas vividas por personagens os mais variados possíveis. Já esse novo romance é diferente de tudo o que já escrevi: tô reunindo nele aventura, mistérios e, claro, amor e relacionamentos. A história acontece no Rio de Janeiro, mas se espalha para vários lugares do mundo. É uma narrativa sobrenatural que pode fazer muita gente repensar sobre as origens do nosso mundo e sobre o mundo invisível. Tô pesquisando muito para dar aos leitores uma história repleta de emoções e que lhes possa marcar de verdade.



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